Quando vale o dinheiro?

Postado 2015/11/12


Você tem ciência do real valor do dinheiro? Já percebeu que na maioria das vezes, ele faz parte de seu plano? Já percebeu que ele muda conforma a ocasião? Percebeu que você economiza R$ 1,00 na feira e gasta R$ 10,00 a mais com os amigos?

 

Eu sou José Roberto Cassiano, ajudo as pessoas a atingirem suas metas e objetivos, alcançar os seus sonhos. Neste artigo não tenho a intenção de ensinar como poupar ou acumular dinheiro, acredito que já temos uma rica literatura sobre o assunto, o meu convite e dar uma amostra de como a emoção, sentimento e comportamento interferem na forma que vemos o valor do dinheiro, mostrar que em situações idênticas podemos tomar decisões diferentes. 

Te convido a refletir e decidir por uma resposta rapidamente:

1. Você precisa muito de uma caneta, vai até uma loja e escolhe uma, no valor de R$ 15.00, quando chega ao caixa, a atendente muito educada e atenciosa, te informa que na loja da concorrente que fica a 3 quarteirões, a mesma caneta está sendo vendida por R$ 7,00. Qual a sua decisão:

    a. Agradece a moca, ignora a informação e paga os R$ 15,00?

    b.Agradece a moça, devolve a caneta e vai até a outra loja?

 

Foi fácil a escolha, agora novamente,

 

2.     Agora você precisa muito de um Notebook ou celular, vai até a loja escolhe o aparelho, no valor de R$ 1.500,00, quando chega ao caixa, ela muito educada e atenciosa, te informa que na loja da concorrente que fica a três quarteirões, o mesmo equipamento é vendido a R$ 1.492,00. Qual a sua decisão?

    a. Agradece a moca e paga os R$ 1.500,00?     

    b. Agradece a moça, devolve o equipamento e vai até a outra loja?

 

Bom, normalmente as pessoas respondem de forma diferente as duas questões. Deixando-nos a pergunta:  por que esta atitude diferente, se o valor em questão é exatamente o mesmo (R$ 8,00) e o esforço também (andar 3 quarteirões)?

Nosso cérebro é associativo, fazendo que nossa decisão se baseie na relatividade ou comparação, o nosso subconsciente não racionaliza o valor absoluto da economia e sim o compara com valor total, por isto, na situação 1, temos a tendência de ouvir a atendente e economizar 50% na caneta, enquanto na situação 2 o esforço de andar 3 quarteirões para economizar menos de 1% podem parecer desgastante.

 Nós vivemos comparando tudo, tomamos a decisão baseada no comparativo, uma forma de nosso cérebro simplificar a decisão.  Se expandirmos este exemplo você, talvez identifique várias situações que economizou centavos e outras deixou passar alguns reais a mais, e importante identificar em que momentos você deixa o sentimento prevalecer, como você vais lidar com a comparação.

 

Outro exemplo:

  1. Você está na praia, um ceú azul, com o sol a pico, você já está há algum tempo tomando sol, muito calor, você andando pela areia, você passa por um fila onde estão distribuindo sorvete de presente, vários sabores, uma fila de uns 10 minutos, você entra na fila para ganhar um sorvete?
  2. Você está na praia, um ceú azul, com o sol a pico,  você já está há algum tempo tomando sol , muito calor, você andando pela areia, você passa por um fila onde estão distribuindo R$ 2,00, uma fila de uns 10 minutos, você entra na fila para ganhar os R$ 2,00?

 

Puderam perceber que estamos novamente falando da mesma coisa, com comportamento diferente, aqui o sentimento está dominando, o cérebro não está vinculando valores, a atenção está na imagem do sorvete, podemos ficar na fila para ganhar um sorvete refrescante, além da sensação de conforto, fica o sentimento que estamos ganhando um presente, um presente ideal para o momento, uma importante fonte de empolgação. Enquanto se fosse uma fila para ganhar R$ 2,00, não faz o muito sentido, estamos com calor e ficar mais tempo no Sol, não vale o esforço. Se pensarmos racionalmente o valor pode ser exatamente o uma vez que com o dinheiro eu posso comprar o mesmo sorvete.

 

Mais um exemplo:

  1. Seu computador apresenta um problema no HD, lá você tem sua história, talvez, mais de um ano em fotos, trabalhos, informações pessoais, dados que você não consegue imaginar ficar sem. Você leva até uma assistência técnica, muito prestativo o técnico te atende, compartilha de sua preocupação em perder tudo, informa que é um trabalho delicado, que ele vai abrir o hd, limpar a placa, o disco, e testar os componentes, ele pode te entregar somente daqui dois dias, você pode retirar o aparelho na tarde do dia seguinte, a previsão do custo será de R$ 500,00. Chegando no outro dia você recebe a informação que ele resgatou todos os seus dados e ficou em R$ 300,00. Qual o seu sentimento:
    1. Você achou justo o valor, afinal de contas todos os dados foram recuperados ele ficou dois dias com seu HD, ainda teve um desconto.
    2. Você achou injusto o valor, muito caro para este trabalho.

 

Fez sua opção, agora vamos a situação similar.

 

  1. Seu computador apresenta um problema no HD, lá você tem sua história, talvez, mais de um ano em fotos, trabalhos, informações pessoais, dados que você não consegue imaginar ficar sem. você leva até uma assistência técnica, muito prestativo o técnico te atende, compartilha de sua preocupação em perder tudo, informa que é um trabalho delicado, abre o seu HD, limpa a placa , o disco e testa os componentes e fecha o HD,  te entrega, talvez, menos de cinco minutos você recebe a informação que ele resgatou todos os seus dados e ficou em R$ 300,00. Qual o seu sentimento agora:
    1. Você achou justo o valor, afinal de contas todos os dados foram recuperados e foram cinco minutos de trabalho.
    2. Você achou injusto o valor, muito caro para este trabalho.

 

Neste exemplo eu te levo a duas emoções, primeiro estabeleço uma referência, uma ancora estimo um valor muito maior do que realmente será, posso fazer isto com o valor absoluto como foi feito ou te desenhar uma imagem mental de quão difícil é para executar uma tarefa, quando te passo o valor real, você terá o sentimento de que ganhou, teve um desconto, nossa ficou até barato.

 E na segunda, talvez o mais sério, pois nos leva a decisões equivocadas na maioria das vezes, temos a tendência de recompensar melhor aquele que demonstra maior esforço, aquele que coloca uma série de obstáculos, novamente nos cria uma imagem de que houve muito suor para fazer e entregar, no entanto ambos fizeram exatamente a mesma coisa, um deixa a sensação que foram dois dias de trabalho e muito suor, o outro traz o sentimento de frustação, nossa com era simples! Não tinha segredo! Até eu faria! Logo você deixa de dar o real valor para o serviço. Com isto a sua decisão de recompensa alterou o seu foco, passou a remunerar pelo esforço, deixando de lado o objetivo principal “Recuperar o HD?”, este último fica para um segundo plano, praticamente sem valor nesta decisão, no primeiro caso paga feliz no segundo paga frustrado, por que se você recuperou todos os dados?.

 

Estes são alguns exemplos tirados do estudo do americano Dan Ariely, sobre a psicologia do dinheiro, que tentam mostrar como o valor absoluto do dinheiro pode mudar de acordo com nossas emoções e sentimento, a mídia usa isto o tempo todo. No coaching, em um planejamento, normalmente temos um valor absoluto a ser alcançado ou necessário para atingir uma meta, este calor é imutável,  por isto este conhecimento é importante, ele pode ser colocado em nossa análise de riscos, como você está tomando as decisões quando o assunto é valor do dinheiro?

Com ferramentas de autoconhecimento e foco, conseguimos identificar as situações de riscos se precavendo para emoções, sentimentos e comportamentos que comprometam o resultado final. Ligamos nosso sinal de alerta, exercitamos situações que podem comprometer o planejamento.

O autoconhecimento pode te levar perspectivas interessantes de como agimos sob a influência de padrões emotivos de comportamento, é muito fácil sentir valor do dinheiro quando estamos no controle, por exemplo em uma feira, em um mercado, no entanto é comum perdemos este controle quando estamos em situações sociais, onde o foco não é a compra, bares, restaurante, parques, passeios.

As pessoas tomam decisões erradas com tanta frequência porque não compreendem as consequências do próprio comportamento. Há pessoas que cometem erros repetidas vezes, sem conseguir aprender muito com a própria experiência. Há erros que são bem sistemáticos, as vezes invisíveis, lembramos muitas vezes do que deixamos de fazer para economizar e não percebemos onde gastamos.

As emoções normalmente trocam suas metas de médio ou longo prazo pela gratificação imediata, por isto a melhor forma de evitar estes equívocos, pode ser um planejamento, com foco, metas e resultados., usar o dinheiro com objetivo de obter prazer e felicidade.

Te convido a deixar o seu comentário ou me enviar um e-mail (coachjrc@coachjrc.com.br) sobre este assunto.


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